Treinamento no Deserto

“Assim, Saulo ficou com eles, e andava com liberdade em Jerusalém, pregando corajosamente em nome do Senhor. Falava e discutia com os judeus de fala grega, mas estes tentavam matá-lo. Sabendo disso, os irmãos o levaram para Cesaréia e o enviaram para Tarso.” (Atos 9:28-30)

Se o apóstolo Paulo tivesse se convertido ao cristianismo em nossos dias, sua história certamente seria lançada em um livro. Ele estaria discutindo sua inesperada conversão em todos os programas de entrevistas e compartilharia seu testemunho dramático em igrejas de todo o país.

O problema é que, às vezes, quando uma pessoa de alguma notoriedade professa a sua fé em Cristo, nós, cristãos, queremos imediatamente impulsioná-la para frente.

Mas ela pode não estar pronta ainda. A Bíblia nos diz que não devemos levantar um novato, ou um novo crente, “para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o diabo” (1 Timóteo 3:6). Às vezes, uma celebridade que professa sua fé em Cristo é elevada a um lugar de liderança, apenas para cair mais tarde. Isso porque não estava pronta. Novatos precisavam de tempo para se preparar.

Após a conversão de Paulo na estrada de Damasco, ele passou a obter seu diploma de “ministro do deserto”. Ele foi enviado para o deserto, em um exílio, para ser preparado para o serviço. Paulo não precisava de promoção; ele precisava de reclusão.

Na verdade, Deus deixou muita gente em forma no deserto. Foi onde Davi se preparou enquanto observava seu pequeno rebanho de ovelhas, nunca percebendo que estava sendo preparado para ser o maior rei da história de Israel.

Moisés também passou um tempo no deserto. Ele passou 40 anos na corte do faraó, achando que fosse alguém. Depois passou outros 40 anos no deserto, achando que não fosse ninguém.

E então ele passou 40 anos descobrindo o que Deus pode fazer com alguém que percebe que não é ninguém.

O mesmo aconteceu com Paulo. E o mesmo pode acontecer com você.

Não perca as oportunidades de Deus

“Aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus” (Efésios 5.16).

Tempo livre! Cada um se organiza de acordo com seus desejos e planos. Mas existe de fato esse “tempo livre” do qual podemos dispor como quisermos? Um tempo livre em que podemos fazer aquilo que nos agrada? A Palavra de Deus constata que o tempo é algo muito valioso. Desde o pecado original, nós seres humanos perdemos a capacidade de dispor do tempo. O Diabo nos furtou o tempo. Ele mantém as pessoas sob embalo e pressa, sem tréguas. E assim, o tempo se esvai. Por isso o tempo precisa ser readquirido. Todo cristão sente como o inimigo determina impiedosamente o ritmo desse mundo.

Qual é o valor do tempo para nós? Horas perdidas, anos perdidos, tempo perdido. Dispomos do tempo apenas uma vez. Percorremos os anos da nossa vida apenas uma vez. Uma só vez, apenas. Quantas vezes ouvimos alguém soluçar: “Onde ficaram esses anos todos?”.

A pergunta que fica é: quais as marcas que deixamos para trás quando alcançamos o final da trajetória da nossa vida? Quantas pessoas pediram desesperadas, em seu leito de morte: “Senhor, por favor devolve-me parte do meu tempo desperdiçado”! No entanto, o que passou, passou. Por isso, aproveite o restante de sua vida! Não fique aprisionado pela correria do cotidiano! Não permita que a sua vida seja determinada pelo ritmo desse mundo! “Aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus” (Efésios 5.16). Esse apelo desafiador nos ajuda a sair da indecisão paralisante.

Assim, peça que o Senhor Jesus preencha as horas de seu dia de maneira totalmente nova. Uma coisa é certa: o Diabo se encarrega daquele que não serve ao Senhor. O tempo pertence unicamente ao Senhor Jesus. O Diabo, porém, insiste descaradamente em seu suposto direito de propriedade. Sutilmente ele procura, por meio de todos os truques imagináveis, envolver você em desavenças. Acabe com isso!

Mulheres na Evangelização

Jesus ratificou o ministério das mulheres no evangelismo. Isso ficou bem evidente na sua interação com a mulher samaritana no poço de Sicar (Jo 4.1-30). Judeus e samaritanos não se relacionavam por razões culturais. Além disso, era considerado impróprio um rabino falar em público com uma mulher. A preocupação de Jesus com essa mulher foi, portanto, algo revolucionário. Depois daquele encontro, ela voltou para sua cidade e contou a todos o que havia acontecido, e muitos creram em Jesus por causa do testemunho dela. Naquela época, as mulheres não eram consideradas testemunhas idôneas, mas Cristo escolheu uma mulher para ser sua testemunha. Deus escolheu mulheres para serem as primeiras testemunhas da ressurreição de Cristo (Mt 28.1-8) e foi a elas que o Cristo ressurreto confiou sua primeira mensagem para os discípulos (Jo 20.15-18). A descida do Espirito reforçou ainda mais o papel das mulheres na evangelização, pois tanto elas quanto os homens receberam poder para testemunhar até os confins da terra (At 1.18). A fundação da Igreja de Filipos envolveu a participação de mulheres (At 16.11-15) e o mesmo ocorreu com a expansão do evangelho em Beréia (At 17.12). As mulheres do Novo Testamento foram comissionadas, juntamente com homens, para serem “luz do mundo” e, em função disso, estiveram sempre amplamente envolvidas no ministério de evangelização (Mt 5.14-16).

Como devemos viver nossas vidas até o retorno de Cristo?

Acreditamos que o retorno de Jesus Cristo é iminente, quer dizer, Seu retorno pode acontecer a qualquer momento. Nós, com o Apóstolo Paulo, aguardamos “a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tito 2:13). Sabendo que o Senhor poderia voltar hoje, alguns são tentados a parar tudo o que estão fazendo e só “esperar” por Ele.

No entanto, há uma grande diferença entre saber que Jesus poderia voltar hoje e saber com certeza que Ele vai retornar hoje. Jesus disse: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe” (Mateus 24:36). A hora de Seu retorno é algo que Deus não tem revelado a ninguém, por isso, até que Ele nos chame a Si mesmo, devemos continuar servindo a Ele. Na parábola de Jesus das dez minas, o homem nobre que tinha partido instruiu seus servos: “Negociai até que eu volte” (Lucas 19:13).